domingo, 30 de janeiro de 2011

Friedrich Wilhelm Ostwald


Friedrich Wilhelm Ostwald (Riga, 2 de setembro de 1853 — Leipzig, 3 de abril de 1932) foi um químico e filósofo alemão, nascido na Letônia.
Considerado o pai da físico-química, recebeu o Nobel da Química em 1909, pelo seu trabalho sobre catálise. Desenvolveu – entre outros -  um processo de fabricação de ácido nítrico por oxidação do amoníaco e propôs uma nova teoria da cor, defendendo a normalização das cores e em 1920 montou em Dresde um laboratório destinado aos seus estudos. O termo metamerismo foi proposto pelo químico alemão para explicar o fenómeno natural que ocorre com estruturas moleculares chamado "isomerismo".

O que é metamerismo?
O metamerismo é usualmente referido numa situação onde duas amostras de cores parecem iguais numa condição de iluminação, mas diferentes noutra. Outros tipos de metamerismo incluem metamerismo geométrico e o metamerismo de observador. Duas amostras que se igualam condicionalmente são ditas como par metamérico. Se duas amostras têm idêntica reflexão espectral elas não podem ser metaméricas – elas igualam-se de forma incondicional.


quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Como os animais vêem o mundo

Esta coisa de vermos a cores não é um exclusivo nosso. Não temos o sistema de visão mais perfeito do mundo animal mas temos grandes vantagens sobre albumas espécies. Algumas ganham-nos quando se fala em número de cores percepcionadas mas outras têm uma visão tão apurada, que lhes permite ver em circunstâncias que a nós nos ultrapassa.

O mesmo mundo, percepções diferentes da realidade:
 Cães e gatos
Há teorias que sustentam a ideia de que os cães e os gatos não vêem a cores mas alguns testes mostram o contrário, no que respeita a reacção a determinadas cores. Considera-se que estes animais vêem uma paleta de cores limitada e em tons mais claros que os nossos. Apesar disso, têm uma visão nocturna e periférica muito mais apurada que a nossa.

 Cobras
A visão destes répteis é diferente durante o dia. À noite, activam a visão que lhes permite ler os sinais infravermelhos provenientes do calor dos objectos (ou presas) que o rodeiam. Durante o dia, essa visão está mais sensível ao movimento, por isso é comum passarem despercebidas as presas que estão completamente imóveis.

 visão dos cavalos

 visão humana
Os cavalos - tal como as zebras - têm os olhos em lados opostos da cabeça e, por isso, apontam para sítios diferentes, de forma a dar-lhes uma visão extraordinariamente periférica. Isto dá-lhes uma enorme vantagem no que concerne a evitar predadores, conseguindo fugir atempadamente. No entanto, com esta vantagem, chegam outras desvantagens. Estes animais não conseguem ver o ponto exactamente em frente à sua cabeça (tal como mostra na imagem) e não têm uma visão binocular (como nós temos), já que não conseguem juntar as duas imagens numa só. Apesar disso, têm melhor visão nocturna que nós.


Insectos Abelhas

A maioria dos insectos possui olhos compostos por centenas (até milhares) de pequeníssimas lentes dispostas como uma colmeia de uma abelha. Ao contrário do que se pensa, estes insectos não vêem a mesma imagem repetida várias vezes mas sim um pequeno fragmento de cada objecto, que depois é misturada como um puzzle. Alguns insectos, como as borboletas, conseguem ver muito mais cores que nós (as abelhas conseguem ver os ultravioletas), enquanto outros vêm muito menos. 

 Camarões e caranguejos
Estes crustráceos têm a visão mais limitada desta lista. Os seus olhos são parecidos com os dos insectos mas com muito menos pormenor. A falta de visão é compensada com sensores de movimento, que lhes permite evitar os predadores. Esta imagem mostra como os camarões se vêm uns aos outros.

 pássaros
Durante o dia, estas aves conseguem distinguir muito mais cores do que nós, humanos, incluindo os ultravioletas. Como tal, é dificil (se não impossível) simular o que poderá ver uma ave ao atravessar um campo de flores. Ás aves predadores (como os falcões e as águias) é atribuída uma extraordinária visão binocular, que lhes permite fixar uma presa mesmo a quilómetros de distância.

 tubarões
Embora os olhos do tubarão sejam fisiológicamente parecidos com os nossos as nossas capacidades visuais são muito diferentes. Um tubarão não possui cones, portanto, não consegue ter percepção de cores. Em contrapartida conseguem receber muito mais luz de forma a conseguirem ver longas distâncias em águas mais profundas e escuras. Apesar desta extra luz que vêem, a sua visão é pouco contrastada e pouco apurada.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Discos de Newton e Benham

Como sabemos, os nossos olhos pregam-nos partidas e nem sempre conseguem acompanhar aquilo que vemos. Os dois exemplos que apresento a seguir, são prova disso. Experimentem fazer em casa :-)
FAZ OS TEUS PRÓPRIOS DISCOS aqui

Disco de Newton é um dispositivo utilizado em demonstrações de composição de cores. Recebeu esse nome porque o físico e matemático inglêsIsaac Newton descobriu que a luz branca do Sol é composta pelas cores do arco-íris. Ao entrar em movimento, cada cor do disco de Newton sobrepõe-se na nossa retina, dando a sensação de mistura. Se o girarmos muito rápido, temos a sensação da cor branca.


Disco de Benham
Em 1894, o fabricante de brinquedos CE Benham, descobriu que um disco giratório com um determinado padrão em preto e branco, poderia levar as pessoas a ver cores - chamou-lhe "artificial spectrum top".
Quando o disco gira veem-se diferentes cores. Isto acontece porque os 3 tipos de cones que temos não reconhecem os "flashes" do preto e do branco da mesma maneira (os sinais para o cérebro não chegam, ao mesmo tempo), de forma que vemos cores distintas. A percepção das cores varia consoante as pessoas.


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Edward H. Adelson


Edward H. Adelson é professor de Vision Science no MIT, desde 1995. O seu laboratório faz parte do Grupo de Ciência Perceptual, cuja base de estudo é a visão humana, incluindo os níveis de visão, a percepção de matérias e análise do movimento. Entre outros estudos, este professor é responsável por um conhecido teste de ilusão óptica, o checker-shadow illusion.

Na imagem a seguir representada, o quadrado A tem a mesma cor que o quadrado B.
Não acreditas? Podes abrir esta imagem no Photoshop, cortar um bocado do quadrado A e compará-lo com o quadrado B - foi o que eu fiz :) Dá exactamente a mesma cor! É tudo uma ilusão de óptica e podes ler a explicação aqui.
De qualquer forma, aqui fica uma imagem da "solução".
Com estes testes, podemos confirmar que a nossa visão muitas vezes nos prega partidas! Se quiseres podes ver outros testes do mesmo autor:

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Louis Braille


Louis Braille (4 Janeiro 1809 - 6 Janeiro 1852)

"Se os meus olhos não me deixam obter informações sobre homens e eventos, sobre ideias e doutrinas, terei de encontrar uma outra forma."
Esta é a história fascinante de um miúdo que ficou cego aos 3 anos de idade, num acidente durante uma brincadeira. O que para muitos seria motivo para uma vida sem qualidade, para os seus pais e ele próprio foi um obstáculo a ultrapassar.
Aos 10 anos ganhou uma bolsa do Institut Royal des Jeunes Aveugles de Paris (Instituto Real de Jovens Cegos de Paris, que ainda existe actualmente), pois sempre teve uma enorme facilidade em aprender o que ouvia. O fundador do instituto, Valentin Haüy, foi um dos primeiros a criar um programa para ensinar os cegos a ler. As primeiras experiências de Haüy envolviam a gravação em alto-relevo de letras grandes, em papel grosso.
Aos 12 anos conheceu Charles Barbier, capitão reformado da artilharia francesa, que visitou o instituto onde apresentou um sistema de comunicação chamado de escrita nocturna, também conhecido por Serre e que mais tarde veio a ser chamado de sonografia. Em campos de batalha, esta escrita muita parecida com o actual braille, permitia aos soldados comunicarem completamente às escuras. Esta nova forma de escrita foi implementada no Instituto e Louis Braille dedicou-se de forma entusiástica ao método e passou a efectuar algumas melhorias.
Com apenas 15 anos, terminou o seu sistema de células com seis pontos (tendo por base o sistema de 12 pontos apresentado por Barbier). Pouco depois, ele mesmo começou a ensinar no instituto e, em 1829, publicou o seu método exclusivo de comunicação que hoje tem o seu nome - braille. Excepto algumas pequenas melhorias, o sistema permanece basicamente o mesmo até hoje.
Apesar de tudo, levou tempo até essa inovação ser aceita. As pessoas com visão não entendiam quão útil o sistema inventado por Braille podia ser, e um dos professores principais da escola chegou a proibir seu uso pelas crianças. Felizmente, tal decisão teve efeito contrário ao desejado, encorajando as crianças a usar o método e a aprendê-lo em segredo.


Se queres descobrir mais sobre o alfabeto braille e o que está escrito nesta frase, visita:

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

John Dalton


John Dalton (Eaglesfield, 6 de Setembro de 1766 — Manchester, 27 de Julho de 1844) foi um químico, meteorologista e físico inglês que fez um extenso trabalho sobre a teoria atómica. Dalton é mais conhecido pela Lei de Dalton, a lei das pressões parciais e pelo Daltonismo, o nome que se dá à incapacidade de distinguir as cores, assunto que estudou e mal de que sofria.
O daltonismo (também chamado de discromatopsia ou discromopsia) é uma perturbação da percepção visual caracterizada pela incapacidade de diferenciar todas ou algumas cores, manifestando-se muitas vezes pela dificuldade em distinguir o verde do vermelho. Esta perturbação tem normalmente origem genética, mas pode também resultar de lesão nos órgãos responsáveis pela visão, ou de lesão de origem neurológica.
Não existem níveis de Daltonismo, apenas tipos. Podemos considerar que existem três grupos de discromatopsias: Monocromacias, Dicromacias e Tricromacias Anómalas.

Apenas por curiosidade, é assim que me veem as pessoas que sofrem desses 3 tipos de daltonismo. Faz também as tuas experiências aqui:
http://www.vischeck.com/daltonize/runDaltonize.php


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

o olho humano

Neste pequeno vídeo, podemos perceber como funciona a nossa visão e de que forma nos pode enganar. Pequenos exercícios que nos mostram que "nem tudo o que parece, é".
Divirtam-se!


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

História da Teoria da Cor

A teoria da cor é uma invenção humana. A nossa necessidade de catalogar tudo o que nos rodeia, levou-nos a tentar definir o que entendemos por cor, de que forma se organiza, como se relacionam umas com as outras e como podem dar origem a novas cores. A teoria da cor é uma tentativa de juntar todos os factos de forma a fornecer uma base de discussão e uso da cor. Muitas teorias surgiram como meras especulações mas, eventualmente, acabariam por convergir numa explicação que envolvia o cérebro e a percepção que nos dá das cores. Actualmente aceitamos como verdadeiro, o facto de a nossa percepção da cor depender de 3 factores: a luz, a fisionomia do olho e o cérebro. 
A mais antiga teoria sobre cores de que se tem relato é da autoria do filósofo grego Aristóteles. Aristóteles concluiu que as cores eram uma propriedade dos objetos. Assim como peso, material e textura, eles tinham cores.
Desde a Idade Média, passando pela Renascença, até Leonardo da Vinci e Isaac Newton, a cor sempre foi alvo de estudo, curiosidade e grande controvérsia.
Leonardo da Vinci reuniu anotações para dois livros distintos e seus estudos foram posteriormente reunidos num só livro intitulado Tratado da pintura e da paisagem. Ele viria a opôr-se a Aristóteles ao afirmar que a cor não era uma propriedade dos objetos, mas da luz. Havia uma concordância ao afirmar que todas as outras cores poderiam formar-se a partir do vermelho, verde, azul e amarelo. Afirma ainda que o branco e o preto não são cores mas extremos da luz e que são fundamentais para o pintor enquanto representação da luz e da escuridão nas suas obras. Da Vinci foi o primeiro a observar que a sombra pode ser colorida, pesquisar a visão estereoscópica e tentou mesmo construir um fotómetro.

Isaac Newton acreditava na teoria corpuscular da luz tendo grandes desavenças com Huygens que acreditava na teoria ondulatória. Posteriormente, provou-se que a teoria de Newton não explicava satisfatoriamente o fenómeno da cor. Mas a sua teoria teve mais aceitação devido ao seu grande reconhecimento pela gravitação. Apesar disso, Newton fez importantes experiências sobre a decomposição da luz com prismas e acreditou que as cores eram devidas ao tamanho da partícula de luz.
Ainda no século XVIII, um impressor chamado Le Blon testou diversos pigmentos até chegar aos três básicos para impressão: o vermelho, verde e azul.
No século XIX o poeta Goethe apaixonou-se pela questão da cor e passou trinta anos a tentar terminar o que considerava ser a sua obra máxima: um tratado sobre as cores que deitaria abaixo a teoria de Newton.
A principal objecção de Goethe a Newton era de que a luz branca não podia ser constituída por cores, cada uma delas mais escura que o branco. Assim ele defendia a ideia das cores serem resultado da interacção da luz com a "não luz" ou a escuridão. E ele realmente descobriu aspectos que Newton ignorara sobre a fisiologia e psicologia da cor. Observou a retenção das cores na retina, a tendência do olho humano em ver nas bordas uma cor complementar, notou que os objetos brancos sempre parecem maiores do que os negros. Também reinterpretou as cores - pigmentos de Le Blon - renomeando-os púrpura, amarelo e azul claro, aproximando-se com muita precisão das actuais tintas magenta, amarelo e cyan utilizadas em impressão industrial.
Actualmente, o estudo da teoria das cores nas universidades divide-se em três matérias com as mesmas características que Goethe propunha para cores: a cor física (óptica física), a cor fisiológica (óptica fisiológica) e a cor química (óptica fisico-química).
Mas a primeira teoria precisa, foi a de Ewald Hering (1834-1918), em que estudava a cor qualitativamente, organizando-as em 6 cores distribuidas por 3 pares: vermelho-verde, amarelo-azul branco-preto. Hering defendia que quando uns receptores se desligavam de um destes pares, outros eram activados pelos outros pares. Isto resultava em 6 receptores diferentes, explicando assim as chamadas "afterimages" e ainda as ilusões de óptica (Hering illusion).

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Vincent Willem van Gogh

Nasceu a 30 de Março de 1853 e morreu a 29 de Julho de 1890. Pintor pós-impressionista, teve uma vida marcada por sucessivos fracassos, tendo vendido apenas um quadro durante a sua vida. Conhecer a sua vida é compreender a sua obra, que passam de imagens sombrias e escuras para cores vivas e claras depois de se dedicar ao estudo da cor e de ser influenciado pela arte japonesa, onde predominavam as cores fortes.
Sofrendo de depressões constantes que o impedem de pintar, atravessa períodos de semanas de intensa actividade criativa (chega a pintar, em média, um quadro por dia), até que no dia 27 de Julho de 1890 se suicida com um tiro contra o peito. Morreu dois dias depois, nos braços do seu irmão Theo, dirigindo-lhe as últimas palavras: "La tristesse durera toujours" (“A tristeza durará para sempre").
Na ocasião, o diagnóstico de Van Gogh mencionava perturbações epilépticas, ainda que o director do hospital, não fosse especialista em psiquiatria. As crises ocorriam de tempos em tempos, precedidas por sonolência e em seguida apatia. Tinham a média de duração de duas a quatro semanas e predominavam a violência e as alucinações. A doença de Van Gogh foi analisada durante os anos posteriores e existem várias teses sobre o diagnóstico. Alguns como o Dr. Dietrich Blumer, num artigo publicado no American Journal of Psychiatry, mantêm o diagnóstico de epilepsia do lobo temporal, agravada pelo uso do absinto.
Segundo alguns, Vincent teria sofrido de xantopsia (visão dos objectos em amarelo), por isso exagerava no amarelo nas suas telas. Esta xantopsia pode ou não ter surgido pelo excesso de ingestão de absinto, que contém tujona, uma toxina. Outra teoria seria a de que Dr. Gachet teria indicado o uso de digitalis para o tratamento de epilepsia, o que poderia ter ocasionado visão amarelada a Van Gogh. Outros documentos relatam ainda que na verdade Van Gogh seria daltónico.
Há ainda diagnósticos de esquizofrenia e de transtorno bipolar do humor, sendo este último o diagnóstico mais aceite.
Consta que na família de Van Gogh existiram outros casos de transtorno mental: Théo sofreu de depressão e ansiedade e faleceu de "demência paralítica" (neurossífilis), no Instituto Médico para Doentes Mentais em Utrecht. Wilhelmina era esquizofrénica e viveu durante 40 anos neste mesmo instituto e Cornelius cometeu suicídio aos 33 anos de idade.
"Após a experiência dos ataques repetidos, convém-me a humildade. Assim pois: paciência. Sofrer sem se queixar é a única lição que se deve aprender nesta vida." Vincent Van Gogh

A cor...

A cor. Um dado adquirido que faz parte da nossa vida e que nem sequer questionamos. De repente alguém nos pergunta "o que é a cor?" e percebemos a dificuldade em descrever uma coisa tão simples!
Apercebemo-nos de que a cor está associada ao nosso estado de espírito: "hoje estou como o tempo: cinzento"; "estou feliz, por isso vesti de amarelo"; "pintei a parede de verde porque me tranquiliza"....
Foi a primeira vez que ouvi tal coisa: a cor é uma sensação! Quem diria? A partir desta descoberta, fui investigar de que forma a cor influenciou notáveis ao longo da história e como esse tema tão subjectivo para mim se tornou tema de estudo para outros e como modificou as suas vidas. Da psicologia à física, a cor demonstrou ser algo bem mais complexo do que parece à primeira vista.