terça-feira, 18 de janeiro de 2011

História da Teoria da Cor

A teoria da cor é uma invenção humana. A nossa necessidade de catalogar tudo o que nos rodeia, levou-nos a tentar definir o que entendemos por cor, de que forma se organiza, como se relacionam umas com as outras e como podem dar origem a novas cores. A teoria da cor é uma tentativa de juntar todos os factos de forma a fornecer uma base de discussão e uso da cor. Muitas teorias surgiram como meras especulações mas, eventualmente, acabariam por convergir numa explicação que envolvia o cérebro e a percepção que nos dá das cores. Actualmente aceitamos como verdadeiro, o facto de a nossa percepção da cor depender de 3 factores: a luz, a fisionomia do olho e o cérebro. 
A mais antiga teoria sobre cores de que se tem relato é da autoria do filósofo grego Aristóteles. Aristóteles concluiu que as cores eram uma propriedade dos objetos. Assim como peso, material e textura, eles tinham cores.
Desde a Idade Média, passando pela Renascença, até Leonardo da Vinci e Isaac Newton, a cor sempre foi alvo de estudo, curiosidade e grande controvérsia.
Leonardo da Vinci reuniu anotações para dois livros distintos e seus estudos foram posteriormente reunidos num só livro intitulado Tratado da pintura e da paisagem. Ele viria a opôr-se a Aristóteles ao afirmar que a cor não era uma propriedade dos objetos, mas da luz. Havia uma concordância ao afirmar que todas as outras cores poderiam formar-se a partir do vermelho, verde, azul e amarelo. Afirma ainda que o branco e o preto não são cores mas extremos da luz e que são fundamentais para o pintor enquanto representação da luz e da escuridão nas suas obras. Da Vinci foi o primeiro a observar que a sombra pode ser colorida, pesquisar a visão estereoscópica e tentou mesmo construir um fotómetro.

Isaac Newton acreditava na teoria corpuscular da luz tendo grandes desavenças com Huygens que acreditava na teoria ondulatória. Posteriormente, provou-se que a teoria de Newton não explicava satisfatoriamente o fenómeno da cor. Mas a sua teoria teve mais aceitação devido ao seu grande reconhecimento pela gravitação. Apesar disso, Newton fez importantes experiências sobre a decomposição da luz com prismas e acreditou que as cores eram devidas ao tamanho da partícula de luz.
Ainda no século XVIII, um impressor chamado Le Blon testou diversos pigmentos até chegar aos três básicos para impressão: o vermelho, verde e azul.
No século XIX o poeta Goethe apaixonou-se pela questão da cor e passou trinta anos a tentar terminar o que considerava ser a sua obra máxima: um tratado sobre as cores que deitaria abaixo a teoria de Newton.
A principal objecção de Goethe a Newton era de que a luz branca não podia ser constituída por cores, cada uma delas mais escura que o branco. Assim ele defendia a ideia das cores serem resultado da interacção da luz com a "não luz" ou a escuridão. E ele realmente descobriu aspectos que Newton ignorara sobre a fisiologia e psicologia da cor. Observou a retenção das cores na retina, a tendência do olho humano em ver nas bordas uma cor complementar, notou que os objetos brancos sempre parecem maiores do que os negros. Também reinterpretou as cores - pigmentos de Le Blon - renomeando-os púrpura, amarelo e azul claro, aproximando-se com muita precisão das actuais tintas magenta, amarelo e cyan utilizadas em impressão industrial.
Actualmente, o estudo da teoria das cores nas universidades divide-se em três matérias com as mesmas características que Goethe propunha para cores: a cor física (óptica física), a cor fisiológica (óptica fisiológica) e a cor química (óptica fisico-química).
Mas a primeira teoria precisa, foi a de Ewald Hering (1834-1918), em que estudava a cor qualitativamente, organizando-as em 6 cores distribuidas por 3 pares: vermelho-verde, amarelo-azul branco-preto. Hering defendia que quando uns receptores se desligavam de um destes pares, outros eram activados pelos outros pares. Isto resultava em 6 receptores diferentes, explicando assim as chamadas "afterimages" e ainda as ilusões de óptica (Hering illusion).

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